Plenitude
Sabe, suspendi o passo da inspiração
Agora expiro
Solto toda a ideia e o juízo de valor
o arfar dos conceitos bloqueantes…
Não sou sistema
Não sou pessoa
Sou palavras sem dono
livres, que se rearranjaram:
paradas.
Sou entre os traços e as curvas
Pulo os sinais e as pesquisas.
Verdade
Sem páginas, cem ou mais
De tanto arquejar paro, sinto,
transformo em lembrança
Sem memória e renegado, renegando
De tempos em tempos em tempos
fechamos para balanço.
Pousa o filhote de mosquito na folha úmida;
sou entre os traços e as curvas
bloqueado para conceitos acelerados
um corisco qualquer
a chispa de um curto
o curto tempo da decisão;
os conceitos vexados
as ideias sem tapete
as crenças e os poemas… Que poemas?!
O íntimo ensopa-se de caos
e tudo tende a tudo, ou pouco, ou menos.
O mosquito voou antes da chuva.